Como sabemos, daqui da Terra, podemos ver somente uma face de nosso satélite natural. Isso acontece devido à um efeito que chamamos de "Rotação Síncrona" (ou Rotação Sincronizada), que é o que acontece com nossa Lua.
O período orbital da Lua – o tempo que ela demora para completar uma órbita em torno da Terra – é exatamente igual ao seu período de rotação. De forma que somente um lado dela está voltado para a Terra. De fato, não há qualquer fenômeno que indique que um dia veríamos o lado oculto de nosso satélite natural.
Quando a Lua surgiu, pouco depois de nosso próprio planeta – Isto é, cerca de 4.5 bilhões de anos atrás – Sua gravidade começou à "interagir" com a gravidade da Terra, retardando a sua então muito veloz rotação (estima-se que o dia terrestre, antes da Lua, tinha cerca de 6 horas).
E esta relação gravitacional Terra-Lua também é responsável pelas marés marítimas.
No entanto, não se sabe em absoluto se esta relação gravitacional também é responsável pela rotação sincronizada da Lua. Realmente, há a possibilidade de que a sincronização seja um fenômeno meramente casual, sem necessitar de uma causa física intrínseca. Uma das boas razões para considerarmos este ponto de vista é que a maioria dos satélites do sistema solar não apresentam uma rotação sincronizada.
Por outro lado, temos de considerar que talvez haja um equilíbrio entre a influência gravitacional Terra-Lua e a distância entre nosso planeta e o satélite, que, talvez, proporcione o período orbital precisamente "ajustado" com a rotação da Lua.
De uma maneira ou de outra, podemos dizer que, sempre que apontarmos nossos olhos para a noite escura, nunca veremos uma face estranha brilhando no céu noturno, mas sempre o familiar rosto visível da Lua.